terça-feira, 15 de maio de 2007

Pedágio Urbano Incentiva o Uso da Bicicleta

A cidade de Nova York pretende implementar um pedágio urbano de US$ 8 (cerca de R$ 16) na região de Manhattan em uma tentativa de combater as mudanças climáticas.
O piloto do pedágio urbano, esquema já em vigor em cidades como Londres e Oslo, faz parte do programa PlaNYC: A Greener, Greater New York (Planeje Nova York: Uma Nova York mais verde e maior, em português) apresentado no dia 27/04/2007 pelo prefeito Michael R. Bloomberg. Espera-se que o pedágio resulte na redução do número de carros na cidade, contribuindo para a diminuição das emissões de gases poluentes em 30%.

A idéia é incentivar o uso do transporte público e de bicicleta. Serão criadas rotas expressas para os ônibus e bicicletas, além da ampliação dos serviços de trens. "Dos nova-iorquinos que trabalham em Manhattan, mas moram fora, apenas 5% vão para o trabalho de carro", disse Bloomberg. Em seu editorial desta segunda-feira, o jornal The New York Times afirmou que o plano de Bloomberg é "amplo, complicado e empolgante". O pedágio urbano é, segundo o jornal, o ponto mais "polêmico" e "crucial", mas "deverá enfrentar muita oposição especialmente na área de legislatura, onde muitas boas idéias como esta morrem".

O plano de Bloomberg, anunciado no Dia da Terra, também inclui a plantação de um milhão de árvores na próxima década e a criação de pelo menos um parque em cada bairro da cidade.Fonte: http://www.pedal.com.br

segunda-feira, 14 de maio de 2007

Servidores do Ibama entram em greve por tempo indeterminado

Retirado do site: www.click21.com.br
Texto de: Kelly Oliveira

BRASÍLIA (Agência Brasil), 14 de maio - Os servidores do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) inciaram nesta segunda-feira (14) greve por tempo indeterminado. Eles querem que o governo desista da Medida Provisória 366/07, que estabelece a divisão do órgão ambiental com a criação do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade.
“O que a gente espera é que o governo retire essa medida provisória e venha discutir essa reforma na área ambiental. Porque da forma que ela foi imposta, sem nenhuma discussão prévia, os servidores não aceitam. A nossa proposta é que se fortaleça o Ibama”, argumentou o presidente da Associação Nacional dos Servidores do Ibama, Jonas Corrêa.
Ele acrescentou que a medida provisória “quebra a unicidade da gestão ambiental”. “O Ibama, quando foi criado em 1989, foi criado como pressão da sociedade para que o meio ambiente fosse tratado como um todo”, disse.
Corrêa prevê que até a próxima quarta-feira (16), 100% dos 6,4 mil servidores do Ibama entrem em greve. Atualmente, segundo ele, estão paralisadas as atividades do órgão no Distrito Federal, Amazonas, Paraná e Sergipe. Segundo o presidente da associação, os servidores dos outros estados ainda estão organizando as atividades de paralisação.
Nesta manhã, os trabalhadores fizeram uma manifestação em frente à sede do Ibama, em Brasília, na qual discutiram como serão feitas manifestações contra a medida provisória. Em Brasília, eles pretendem chamar a atenção da sociedade com a entrega de manifestos em shopping centers, rodoviária, além de conversar com parlamentares no Congresso Nacional.
Nas primeiras horas da manifestação, a Polícia Federal esteve presente para garantir a entrada de servidores que quisessem trabalhar, mas não houve nenhum tumulto. “Não precisamos fazer piquete. Os servidores estão muito conscientes”, disse o presidente da associação.
Segundo Corrêa, ainda não foi agendada nenhuma reunião com o governo para discutir sobre a greve. A direção do Ibama ainda não se manifestou.

quarta-feira, 9 de maio de 2007

Relatório sobre aquecimento global prevê 200 milhões de "refugiados do clima" até o final do século

Notícia do site:www.clubedeengenharia.org.br

Relatório produzido pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), patrocinado pelas Nações Unidas e a Organização Meteorológica Mundial, indica que o mundo sofrerá nos próximos anos grandes transformações no clima, "muito provavelmente" devido à contribuição da atividade humana para o aquecimento global. O IPCC projeta um aumento médio de temperatura superficial do planeta entre 1,4 e 4º C até o ano 2100. O nível do mar deve subir de 18 a 59 cm nesse mesmo período.
Os cientistas afirmaram que as emissões passadas e futuras de CO² continuarão contribuindo para o aquecimento global e a elevação do nível dos mares durante mais de um milênio, levando em consideração sua permanência na atmosfera. Se os países não adotarem os meios para reduzir a poluição da atmosfera, a temperatura média pode aumentar até 6,4%. Também aumentarão os períodos de secas, calor e chuvas, que poderão resultar em 200 milhões de "refugiados do clima" até o final do século.
Longe de advertências isoladas, os 500 delegados reunidos em Paris dessa vez apresentaram conclusões unânimes sobre o planeta e avisaram que o clima é "como um comboio que iniciou a sua marcha e que, durante os próximos séculos, ninguém poderá travar o percurso". O IPCC reuniu nos últimos seis anos mais de seis mil cientistas das mais variadas áreas de investigação para debaterem o futuro do planeta e as implicações do aquecimento global no clima.
No relatório de 2007, o quarto da série, sai reforçada a posição da comunidade científica sobre a responsabilidade humana no aquecimento global, devido ao uso excessivo dos combustíveis fósseis. Baseados em observações dos últimos 50 anos, os peritos do IPCC garantem que o aquecimento global não pode ser atribuído única e exclusivamente à variabilidade natural. Eles sustentam que as concentrações de CO² na atmosfera nunca foram tão elevadas nos últimos 650.000 anos.MUDANÇAS EXTREMAS
O texto assegura que existem provas reais sobre as mudanças extremas do clima, com reflexos nos regimes dos ventos e chuvas, na concentração de sal nos oceanos e nas camadas de gelo. O Painel aponta fatos "palpáveis" como o aumento das temperaturas no Ártico – que atingiram o dobro da média mundial – nos países do Mediterrâneo e na África, e a ocorrência de tempestades nos continentes asiático e americano.
Segundo o presidente do Clube de Engenharia, Heloi Moreira, "está mais do que na hora de as sociedades tomarem conhecimento que as emissões de dióxido de carbono trará prejuízo para todos. – Isto é uma atitude necessária para sobrevivência da própria humanidade – adverte.
Para o conselheiro do Clube Leon Clement Rousseau, sempre haverá solução para os problemas do ambiente, "basta vontade, decisão e ação: com a engenharia, com a agronomia e com a química 'verdes'".
CONTROVÉRSIA CIENTÍFICA
As previsões do IPCC baseiam-se em modelos utilizados para estabelecer a importância de diferentes fatores no aquecimento global, como emissões humanas de gases causadores de efeito estufa e de aerosóis. Foram gerados 35 cenários distintos, que variam entre pessimistas e otimistas. As previsões do aquecimento global dependem do tipo de cenário levado em consideração, nenhum dos quais leva em consideração qualquer medida para evitar o aquecimento global. Apesar das previsões do IPCC serem consideradas as melhores disponíveis, elas são o centro de uma grande controvérsia científica. O IPCC admite a necessidade do desenvolvimento de melhores modelos analíticos e compreensão científica dos fenômenos climáticos, assim como a existência de incertezas nas pesquisas de campo.
Críticos apontam para o fato de que os dados disponíveis não são suficientes para determinar a importância real dos gases causadores do efeito estufa nas mudanças climáticas. A sensibilidade do clima aos gases estufa estaria sendo superestimada, enquanto fatores externos estariam sendo subestimados.
Por outro lado, o IPCC não atribui qualquer probabilidade aos cenários em que suas previsões são baseadas. Segundo os críticos isso leva a distorções dos resultados finais, pois os cenários que predizem maiores impactos seriam menos passíveis de concretização. Para mais informações consulte o site www.ipcc.ch.

quinta-feira, 3 de maio de 2007

VIVAMAR, PESCADORES E NÁUTICA DO RIO SE UNEM PELO USO SUSTENTÁVEL DAS ILHAS CAGARRAS

No próximo dia dois de maio (quarta-feira), às 19h, na Universidade Cândido Mendes (Rua Joana Angélica 63, Ipanema), o Ibama fará uma consulta pública para a criação do “Monumento Natural do Arquipélago das Cagarras”, que pretende proibir o acesso a este sítio natural — localizado a 5 km da praia de Ipanema, no Rio; e composto pelas ilhas Pontuda, Alfavaca, Meio, Cagarra, Comprida, Filhote da Cagarra, Redonda e Filhote da Redonda — bem como à área de 200 metros à sua volta. Além disso, o projeto atinge as ilhas Tijucas e do Meio, abrangendo praticamente todas as ilhas ao largo do município do Rio de Janeiro.

Com a proibição, o Ibama causará um grande impacto na vida de pessoas que dependem economicamente das ilhas. A opção de criar uma “unidade de conservação integral”, que na prática exclui por completo a presença humana, compromete a vocação do turismo na cidade do Rio de Janeiro, além de todas as atividades auto-sustentáveis relacionadas às ilhas, incluindo aí a pesca artesanal e a pesca amadora (que é regulamentada pelo próprio Ibama), atividades que não causam impacto negativo ao ecossistema das Cagarras.

A Vivamar, organização não-governamental que luta pela preservação do litoral brasileiro e por uma cultura náutica no país; os pescadores artesanais da Colônia Z13; os clubes náuticos do Rio; a Confederação Brasileira de Pesca em Apnéia e a Associação Brasileira dos Construtores de Barcos (Acobar), entre outras instituições, se uniram para mostrar que o uso sustentável das Cagarras é possível e que, na verdade, é preciso impedir urgentemente a pesca industrial e predatória naquele conjunto de ilhas, bem como em seu entorno.

— Em 89, o Conama (Conselho Nacional de Meio Ambiente) sugeriu, através da resolução nº11, que o Ibama criasse uma ARIE (Área de Relevância e Interesse Ecológico) no Arquipélago das Cagarras. Trata-se de um tipo de unidade de conservação que tem um conselho gestor, um plano de manejo e regras estabelecidas para o seu uso sustentável. Achamos que esse seria o tipo de unidade de conservação ideal para as ilhas Cagarras e, inclusive, somos contra o desembarque nelas. Outro ponto é a unidade de conservação se limitar às Cagarras, e não a todas as ilhas da região. Mas independente do tipo de unidade de conservação que seja criada, de nada adiantará se não houver fiscalização. Os abusos são muitos e não são praticados pelas pessoas cujo sustento depende exclusivamente daquelas águas — defende Roberto Negraes, diretor executivo da Vivamar.

Roberto sabe bem do que está falando. Em vários pontos da costa brasileira o problema da pesca predatória se repete. E o Rio de Janeiro não é exceção.

— Temos visto muitas matanças provocadas pela pesca de arrasto. São barcos que vêm de longe, às vezes de outros estados. Eles usam malhas finas, proibidas por lei, arrastam toneladas de peixes, arrasam os cardumes, matam os filhotes e não respeitam o defeso das espécies. O Ibama deveria impedir isso, deveria fiscalizar direito — afirma Ricardo Mantovani, porta-voz da Colônia Z13, que agrega cerca de 1,1 mil pescadores, de Copacabana até o Recreio dos Bandeirantes.

Mas por que as Cagarras são tão importantes assim na vida dessas e de outras pessoas no Rio? Porque existem atividades relevantes para a economia da cidade que estão direta ou indiretamente ligadas às ilhas.

O arquipélago fica próximo às praias da Zona Sul carioca. É uma referência para os turistas que visitam a cidade ou passeiam de barco pela orla. Ao mesmo tempo, é um pesqueiro de águas abrigadas em pleno mar aberto, propício à pesca artesanal e esportiva, que serve de refúgio em mau tempo. Vale lembrar que por trás dessas duas últimas atividades, e da náutica como um todo, estão milhares de empregos, não só ligados diretamente à pesca, mas também em marinas, clubes, operadoras de turismo, oficinas de motores náuticos, cursos, etc...

De acordo com Ricardo Mantovani, a renda média mensal de um pescador da Colônia Z13 hoje varia entre R$ 400 e R$ 800. Sem pescar nas Cagarras, a renda destes mesmos pescadores despencaria e o impacto social seria muito grande. Ele conta que os pescadores de Copacabana estão presentes há mais de um século no arquipélago e sempre ajudaram a preservar as ilhas. Mas diz que eles não têm como impedir sozinhos os crimes dos que praticam a pesca ilegal.

— A única coisa que podemos fazer é denunciar. Já fizemos isso várias vezes, mas o Ibama nunca toma providência — diz ele.

Apaixonado pelas Cagarras, onde mergulha desde criança, Luiz Augusto Corrêa de Araújo mantém um site com informações e fotos do arquipélago (www.cagarras.com.br) e está preparando um documentário sobre aquele ecossistema, inclusive com imagens submarinas. Ele conta que sempre acha pedaços de redes de malhas finas (dos barcos de pesca de arrasto) presos às rochas das ilhas, e que os recolhe pacientemente, muitas vezes com a ajuda dos pescadores artesanais.

— Existem pessoas que freqüentam a área em volta das ilhas há anos, sem desembarcar, sem depredar, sem causar danos ao meio ambiente. São pescadores, mergulhadores, navegantes, pessoas conscientes que sabem a importância de preservar o local. É injusto impedir que justamente as pessoas que amam o lugar possam continuar a freqüentá-lo — diz Luiz Augusto.

De acordo com Roberto Negraes, da Vivamar, não existem estudos técnicos e científicos que comprovem que o turismo náutico, mais as pescas artesanal e amadora, comprometam a fauna e a flora do arquipélago. Ou seja, a opção do Ibama por uma unidade de conservação integral não se baseou em nenhum estudo científico a priori. Roberto lembra que em outros países existem unidades de conservação abertas a atividades sustentáveis (a náutica e a pesca amadora são consideradas atividades ecoturísticas), sem prejuízo ao meio-ambiente, gerando empregos para as comunidades locais e lucro para as cidades, principalmente, através do turismo.

— A convivência harmoniosa e pacífica entre o arquipélago e seus freqüentadores é possível, sem danos à natureza, sem impacto negativo na vida de pessoas que dependem das ilhas para sobreviver. Queremos a preservação das Cagarras e acreditamos que a melhor solução é a criação de uma ARIE. É isso que pretendemos mostrar ao Ibama na Consulta Pública do próximo dia 2 — garante Negraes.


Mehane Albuquerque Ribeiro - MAR Assessoria de Comunicação

Mata Atlântica

Publicado no site do Ibama:
A Mata Atlântica é considerada como a quinta área mais ameaçada e rica em espécies endêmicas do mundo.

Em termos gerais, a Mata Atlântica pode ser vista como um mosaico diversificado de ecossistemas, apresentando estruturas e composições florísticas diferenciadas, em função de diferenças de solo, relevo e características climáticas existentes na ampla área de ocorrência desse bioma no Brasil.
Atualmente, restam cerca de 7,3% de sua cobertura florestal original, tendo sido inclusive identificada como a quinta área mais ameaçada e rica em espécies endêmicas do mundo. Na Mata Atlântica existem 1.361 espécies da fauna brasileira, com 261 espécies de mamíferos, 620 de aves, 200 de répteis e 280 de anfíbios, sendo que 567 espécies só ocorrem nesse bioma. Possui, ainda, cerca de 20 mil espécies de plantas vasculares, das quais 8 mil delas também só ocorrem na Mata Atlântica. Várias espécies da fauna são bem conhecidas pela população, tais como os mico-leões e muriquis, espécies de primatas dos gêneros Leontopithecus e Brachyteles, respectivamente. Vale lembrar que, no sul da Bahia, foi identificada, recentemente, a maior diversidade botânica do mundo para plantas lenhosas, ou seja, foram registradas 454 espécies em um único hectare.
A exploração da Mata Atlântica vem ocorrendo desde a chegada dos portugueses ao Brasil, cujo interesse primordial era a exploração do pau-brasil. O processo de desmatamento prosseguiu durante os ciclos da cana-de-açúcar, do ouro, da produção de carvão vegetal, da extração de madeira, da plantação de cafezais e pastagens, da produção de papel e celulose, do estabelecimento de assentamentos de colonos, da construção de rodovias e barragens, e de um amplo e intensivo processo de urbanização, com o surgimento das maiores capitais do país, como São Paulo, Rio de Janeiro, e de diversas cidades menores e povoados.
A sua área atual encontra-se altamente reduzida e fragmentada com seus remanescentes florestais localizados, principalmente, em áreas de difícil acesso. A preservação desses remanescentes vem garantindo a contenção de encostas, propiciando oportunidades para desfrute de exuberantes paisagens e desenvolvimento de atividades voltadas ao ecoturismo, além de servir de abrigo para várias populações tradicionais, incluindo nações indígenas. Além disso, nela estão localizados mananciais hídricos essenciais para abastecimento de cerca de 70% da população brasileira.
A conservação da Mata Atlântica tem sido buscada por setores do Governo, da sociedade civil organizada, instituições acadêmicas e setor privado. Vários estudos e iniciativas têm sido desenvolvidos nos últimos anos, gerando um acervo de conhecimento e experiência significativo. Vale ressaltar, também, a existência de um amplo arcabouço legal para a proteção do bioma.

Leia mais: www.ibama.gov.br